Saimos de casa. Já era um pouco tarde - ou cedo para quem entender assim. Uma hora da manhã marcavam os relógios da casa e os dos pulsos. Entramos todos dentro de uma máquina negra, que possuia quatro portas de acesso. Fui na frente, junto com a bola negra, que controlava a máquina. A bolinha azul e a bola roxa estavam por trás de nós, sentados num banco único e extenso, que acho que caberia mais alguém.
A noite estava fria, mesmo assim seguimos em frente. De início estavamos em uma rua cinza, com árvores simples em frente à maioria das casas. Havia também uma pracinha e logo após ela entramos em uma nova rua.
O sereno caia, e enchia o vidro da máquina com milhares de gotículas que não afetavam nossa visão, mas quando passavamos abaixo dos postes, as gotículas refletiam as luzes e cegavam nossos olhos. E assim seguimos em frente, cegando a cada poste que passavamos abaixo.
Entramos em uma rua que chamou minha atenção. De início era escura, mas lá no final, um corredor de postes seguia extenso e suas luzes chegavam no chão como uma névoa de ouro. Era uma grande rua reta e a bola negra fez a máquina rosnar mais alto. A chuva aumentara, agora embassava a nossa visão. Mas a máquina possuia braços mecânicos que secavam o vidro com suas pontas de rôdo, logo depois a chuva preenchia o vidro novamente.
A máquina corria rápida, e fez com que as gotículas serpenteassem no vidro. Isso tomou minha atenção por algumas centenas de segundos.
Enfim chegamos no nosso destino. A bola negra fez com que a máquina parasse, e eu, a bolinha azul e a bola roxa descemos.
Fui deixá-los num lugar onde deveriam esperar uma outra máquina. Uma maior. Uma com asas.
Abracei a bola roxa com carinho.
- Te amo. Vai dar tudo certo. Cuide dessa coisinha aqui - e olhei para a bolinha azul abaxo de nós.
Segurei ele nos braços e o apertei num abraço. Não biologicamente, mas aquela coisinha azul em meus braços também era meu 'filho'.
- Titio vai sentir saudades. Vai com Deus - e o apertei com mais força.
Quando coloquei ele no chão, acenei um tchau e virei-me rapidamente. Já sentia saudades daqueles dois, que já deixavam bucaros em meu coração. Segui em frente sem olhar para trás. Não queria chorar mais.
A última coisa que vi antes de entrar de volta na máquina negra foi a outra máquina maior, a que eles estavam dentro.
Ela bateu suas asas e voou. Voou para muito longe.
- Tchau - disse.
Não queria dizer Adeus.
Gostei muuito do textoo.. sério!
ResponderExcluirfiquei meio que triste na verdade, nem me despedi da bolinha azul, nem mesmo na roxa, rs
adorei o texto e também não me despedi da bolinha roxa -q #medon UASHSAUHSAU. adorei o blog.
ResponderExcluirobg por comentar em nosso blog, aceita uma parcria ? entre em contato conosco!
ResponderExcluirahhh o link esqueci www.indolejovem.blogspot.com, vlw!
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